Notícias de Setembro
17/09
Timão é atração da noite de terror no Sul
Aqueles que curtem filmes de terror têm uma opção a mais neste domingo:
podem trocar as salas de cinema pelo estádio Couto Pereira, em Curitiba, onde
Corinthians e Coritiba se enfrentam às 18h30. Por causa das campanhas medíocres
na Copa João Havelange, ambos têm assustado os torcedores. Os paulistas estão
na 19ª colocação com 11 pontos, enquanto os paranaenses ocupam o 22º lugar,
com nove pontos.
Para incrementar o enredo, o Timão tem um pesadelo a mais: há um mês não
sabe o que é uma vitória. São sete partidas em jejum: quatro derrotas (Olímpia,
Grêmio, Santos e Atlético-MG) e três empates (Botafogo, Vitória e Nacional).
O técnico Vadão vai manter mistério na escalação. “O Fito Neves
(treinador do Coritiba) vai ter de mexer os botõezinhos umas 30 vezes”,
brincou, explicando a dificuldade que o treinador adversário terá para
descobrir qual os titulares do Timão.
Nem o esquema de jogo ele revela. Está em dúvida se utiliza o 4-4-2 ou o
3-5-2, como fez no último jogo. “Não sei se vou entrar com este esquema. Há
uma possibilidade”, diz. A única certeza é que Romeu entra no lugar de
Rodrigo Pontes, que está suspenso. A outra novidade é a volta de Pereira.
Fernando Baiano, que fez três gols nas últimas três partidas, espera manter a
média. “Os gols estão saindo. Não posso deixar a média cair”. Ele
credita ao seu bom desempenho à seqüência de jogos. “Tenho entrado em campo
com mais confiança.”
Ficha técnica
CORITIBA
Fábio Perrucci; Reginaldo Araújo, Leonardo, Luís Carlos e Vitor; Ataliba,
Daniel, Wallace e João Santos; Marquinhos e Da Silva. Técnico: Fito Neves.
CORINTHIANS
Maurício; Índio, Fábio Luciano, João Carlos e André Luís; Romeu, Pereira,
Édson e Ricardinho; Fernando Baiano e Dinei. Técnico: Oswaldo Alvarez (Vadão).
Local: Estádio Couto Pereira, em Curitiba (PR).
Data: 17/09/2000.
Horário: 18h30.
Árbitro: Wilson de Souza Mendonça (Fifa-PE).
Assistentes: Cid Bezerra Cavalcanti (PE) e Erick Bartholomeu Bandeira (PE).
Jejum faz confusão na cabeça de João Carlos
O jejum de vitórias do Corinthians está confundindo a cabeça de João
Carlos. O zagueiro até trocou o nome do adversário desta noite.
“A nossa recuperação vai ser neste jogo contra o Curitiba”, disse. Só
para lembrar, o time citado pelo jogador está no Módulo Amarelo.
Independentemente do adversário, ele parece ter a receita para conseguir os três
pontos . “O negócio é jogar com inteligência, no erro do adversário”,
afirmou.
João Carlos sabe bem o que representará os três pontos hoje contra os
paranaenses. “Vai nos dar muito mais tranqüilidade para trabalharmos. Vamos
crescer na competição e deslanchar nas próximas partidas”, prevê .
“Faltam 14 jogos para revertermos esta situação, se quisermos classificar
para a próxima fase da Copa João Havelange. O momento de reação é agora”,
afirma o zagueiro, que garante que aprovará a possível adoção do esquema
3-5-2.
16/09
Quem é pior?
Por essa ninguém esperava. Corinthians e Palmeiras, que sempre estiveram nas
primeiras colocações, sempre disputando títulos, vêm realizando péssimas
campanhas no Vergonhão 2000 e na Copa Mercosul.
Além da rivalidade, os dois times têm muitas coisas em comum no segundo
semestre: as duas equipes trocaram seus técnicos e o retrospecto não é nada
favorável a nenhuma delas. Mas se isso vale como consolo para o torcedor
alviverde (e de motivo para a Fiel reclamar), o Palmeiras, na era Marco Aurélio,
é melhor que o Corinthians, de Vadão.
Até agora, o Verdão dirigido pelo novo treinador realizou 14 partidas e
conquistou 14 pontos, com um aproveitamento de 33,3%. Já o desempenho do Timão,
com Oswaldo Alvarez no comando, é de apenas 12 pontos nas mesmas 14 partidas
que seu rival tem. O aproveitamento é de 28,5%. Em gols feitos, o time do
Parque São Jorge leva vantagem: 14 contra 10 do Verdão. Mas na defesa, ele
perde: o Palmeiras tomou 21 gols e o Corinthians, 24.
“Acho que o trabalho tem sido bom dentro daquilo que era esperado e dentro de
nossas possibilidades”, avalia o técnico Marco Aurélio. Ele também pode
contar um outra vantagem em cima de seu amigo Vadão: o Verdão investiu pouco
em contratações e tem uma folha de pagamento menor. E mais: sua equipe já está
classificada para a Libertadores do próximo ano e o Timão terá ainda que
correr atrás da vaga. “Em 93 e 94 o Palmeiras ganhou tudo. Depois, passou por
momentos difíceis até se encontrar novamente o caminho das vitórias e títulos”,
comenta o atacante corintiano Fernando Baiano.
O ambiente de Marco Aurélio e de Vadão ainda é de tranqüilidade. Os dois não
têm problemas com a torcida e a diretoria de ambos os clubes pensa em mantê-los
no cargo. “Existe uma renovação e dentro dela existe uma dificuldade. No
Corinthians, pelo que vejo do Vadão, também há estas mudanças”, explica o
treinador palmeirense. O técnico corintiano concorda: “É um momento de
transição das duas equipes. O Corinthians trouxe vários jogadores e se reforçou
bem. Já o Palmeiras optou por outro tipo de trabalho.”
O elenco corintiano recebeu reforços como Muller, Djair, Rogério e Scheidt.
Somando aos atletas que estão no departamento médico, como Marcelinho, Luizão,
Batata e Edu, a equipe tende a mostrar um futebol mais competitivo. “Mas falta
ainda um entrosamento entre os atletas recém-chegados que virá com o tempo”,
ressalta Vadão, que pede paciência para deixar a equipe em ponto de bala.
“Em dois anos, o Corinthians ganhou tudo. Agora, houve a reformulação e o
time ainda não se encontrou”, explica o zagueiro João Carlos.
No time do Parque Antártica, Marco Aurélio sabe que não terá reforços, mas
aposta nas condições dos novos jogadores como Lopes, Juninho, Magrão e Flávio.
“O futuro é imprevisível. Temos primeiro que acertar o time para
conseguirmos a classificação”, diz o goleiro Sérgio.
A esperança da torcida alviverde é que estejam pintando algumas revelações e
futuros craques. Enquanto isso, no outro Parque, a Fiel aguarda ansiosamente
para ver se as contratações foram feitas acertadamente pelo clube e seu
parceiro: a Hicks Muse.
Segurando a barra — Se um time não vai bem, pior para os goleiros, que
têm de segurar a bronca na defesa. Tanto Sérgio, quanto Maurício assumiram a
camisa 1 recentemente. Sérgio substitui Marcos, que está se recuperando de
contusão, enquanto Maurício entrou no lugar de Dida, que voltou ao Milan, da
Itália.
Marcos até agora tomou 21 gols no Vergonhão 2000 e na Copa Mercosul, o que dá
um média de 1,5 gol por jogo. “Quando se perde, infelizmente, prejudica um
trabalho. O goleiro é analisado individualmente”, afirma.
O titular do Timão também sabe da pressão que é atuar na posição de
goleiro. “Sempre há pressão quando se joga em time grande”, disse Maurício,
que tem se destacado, apesar de o time não vir conseguindo bons resultados.
“Estamos indo bem em alguns jogos, mas não estamos conseguindo a vitória que
tanto precisamos”, justificou o jogador.
Ricardinho conhece bem o Coritiba
Revelado no futebol paranaense, o meia Ricardinho travou grandes batalhas com
o Coritiba, quando defendia a equipe do Paraná Clube.
"O Coritiba é um time forte, acostumado a jogar no estádio Couto Pereira.
Os jogadores sabem também como tirar proveito da torcida a favor deles",
comentou Ricardinho, que participou da campanha do tricampeonato do Paraná em
1995, 96 e 97.
Considerado um dos líderes do Timão em campo, o meia acredita que somente
jogando com inteligência a equipe conseguirá a vitória contra os paranaenses.
"Acho que eles virão pra cima no início da partida. Temos de segurá-los
e tentar manter a posse de bola. Os contra-ataques podem ser também uma arma
nossa para abrirmos o placar", explicou o jogador.
Em 1996, o Paraná foi bicampeão estadual batendo justamente o Coritiba, por 1
a 0. O herói do jogo foi Ricardinho, que marcou o gol da vitória. "Espero
ganhar novamente, pois estamos trabalhando para isso", afirmou o meia,
confiante.
Fernando Baiano espera "guardar" mais um diante do Coritiba
O atacante Fernando Baiano está curtindo bastante a boa fase à frente do
Timão. Nas últimas três partidas disputadas pelo Corinthians - contra o
Nacional, do Uruguai, Vitória e Atlético Mineiro -, a equipe marcou três
gols. Todos eles saíram de seus pés.
"Estou me empenhando ao máximo nos treinamentos, para segurar a minha vaga
no time", comentou Fernando, após os treinamentos desta sexta-feira.
Com as contusões de Éwerthon e Luizão, o jogador foi efetivado no ataque ao
lado de Dinei. O camisa 10 alvinegro destacou que, como ele vem sendo
aproveitado pelo técnico Oswaldo Alvarez, não houve problema algum em ganhar
ritmo nos jogos.
"A marcação em mim tem sido forte, mas tenho procurado me movimentar bem
em campo, para me livrar dela."
Mesmo com a desclassificação da equipe na Copa Mercosul, Fernando Baiano tem
certeza que o elenco vai dar a volta por cima na tabela da Copa João Havelange.
"A nossa vontade e determinação são muito grandes. Vamos tirar o
Corinthians dessa situação incômoda no campeonato."
E, para que isso aconteça, nada melhor para o Timão do que deixar o estádio
Couto Pereira, onde a equipe enfrenta o Coritiba, neste domingo, com uma vitória.
"Espero manter a boa fase e marcar mais gols nessa partida", disse o
atacante.
15/09
Técnico tem inveja da seleção
Sem saber o que é uma vitória há sete partidas, o técnico Vadão, do
Corinthians, demonstra sinais de inveja da seleção brasileira, que está
disputando as Olimpíadas de Sydney. “Eu queria sair perdendo e depois virar o
jogo”, comentando que o Brasil levou o primeiro gol, na estréia contra a
Eslováquia, empatou, e depois venceu por 3 a 1.
O treinador espera que o jejum corintiano acabe domingo, quando o Timão
enfrenta o Coritiba pela Copa João Havelange.
Para esta partida o único desfalque é o volante Rodrigo Pontes, que está
suspenso pelo quinto cartão amarelo. Em compensação, o time poderá ter a
estréia de Djair, que se encontra bem fisicamente. O treinador ainda tem outros
jogadores à disposição, como são os casos de Pereira e também de Romeu, que
não enfrentaram o Nacional.
Scheidt — O zagueiro, contratado junto ao Glasgow Rangers (Escócia),
se apresenta segunda-feira. Já Rogério continua trabalhando fisicamente.
Vadão desiste de carrossel no Timão
No empate por 1 a 1 contra o Nacional, do Uruguai, pela Copa Mercosul, o técnico
Vadão, do Corinthians, teve um momento de nostalgia: ele ressuscitou o esquema
3-5-2, que usou com maestria no modesto Mogi Mirim, consagrado como ‘Carrossel
Caipira’ no início da década de 90, quando o time do interior contava com
jogadores como Rivaldo, Válber e Leto.
Mas os saudosistas que não se empolguem, porque o ‘Carrossel Corintiano’
parece ter emperrado. “Usei esse esquema por uma necessidade, uma emergência,
para reforçar a marcação, já que o Édson, por não estar jogando, ficaria
muito desprotegido. Então eu optei por três zagueiros (Fábio Luciano, Adílson
e João Carlos) contra o Nacional”, explicou Vadão.
Apesar de ter gostado da equipe, ele não pretende repetir o esquema contra o
Coritiba, neste sábado, no Paraná, pela Copa João Havelange. “É preciso
muito treino para ter uma melhor adaptação. O grupo ainda não está
acostumado a jogar com esse esquema.”
Vadão também não quer banalizar o 3-5-2. “Além do aspecto marcação, ele
tem de ser flexível, para não ficar repetitivo e burocrático.”
Mas, no que depender do elenco, o novo esquema foi aprovado. “Os jogadores
assimilaram mais o aspecto de marcação. Tivemos uma melhor proteção à
defesa e isso dificultou para o adversário. Não ficou aquele buraco no
meio-campo”, explicou o lateral-esquerdo André Luís.
Outro que aprovou o 3-5-2 foi o goleiro Maurício. “No Uruguai o esquema
funcionou bem. O Adílson, com sua experiência, soube se posicionar muito bem
como líbero”, lembrou o goleiro. “O time ficou bem posicionado.”
Ricardinho também gosta do carrossel, mas acredita que o esquema depende de
muito treino. “E tem de ver quais os jogadores o técnico vai ter em mãos”,
disse, ele, que aproveitou também para falar da desclassificação na Mercosul.
“Perdemos a vaga aqui, quando fomos derrotados pelo próprio Nacional e pelo
Olímpia.”
14/09
Vadão solta verbo contra Hicks Muse
O técnico Vadão sabe da pressão que vai ser trabalhar no
Corinthians daqui pra frente, com os novos reforços. O técnico sabe que, caso
os resultados não apareçam, a cobrança será maior. “Por enquanto, a situação
é tranqüila”, disse o treinador, que criticou a Hicks Muse, parceira do Timão,
pela demora em contratar jogadores que substituam os que foram negociados.
Vadão lembra que ganhou vários jogadores, mas a maioria deles sem condições
de entrar imediatamente na equipe para solucionar os seus problemas. Em sua
opinião, as contratações feitas pela Hicks Muse demoraram a acontecer. “Eu
queria ter esses problemas na pré-temporada. Tínhamos um planejamento quando
chegamos aqui. Mas as contusões, negociações e a decisão da empresa de não
contratar jogadores caros atrapalharam o nosso trabalho”. Ele apresentou uma
lista com 35 jogadores.
Com as vendas de Edílson e Vampeta, o Timão arrecadou US$ 22,5 milhões e
trouxe Muller, André Luís e Scheidt (que deve se apresentar nesta
quinta-feira), todos por empréstimo, por US$ 500 mil e US$ 600 mil,
respectivamente. O passe de André está fixado em US$ 7 milhões e o de Scheidt,
em US$ 5 milhões. Djair, Emerson Pereira e Rogério foram comprados por US$ 3
milhões, US$ 2,3 milhões e US$ 2,4 milhões, respectivamente.
Caso Nujud — O 52º DP, através do delegado Roberto Naves, juntamente
com a promotoria pública, está trabalhando no Caso Nujud. Na semana passada o
diretor de futebol do Timão, Carlos Nujud, recebeu ameaças de morte através
do celular.
O promotor público, Fernando Capez, garante que a polícia civil está fazendo
as investigações e está na cola dos suspeitos. “Eu ouvi a fita, e reconheci
a voz, muito parecida com a de um dirigente da Gaviões da Fiel. Se as investigações
comprovarem o envolvimento de um diretor, será uma prova de que a torcida deve
ser mesmo extinta”, disse ele, explicando como aconteceu com a Mancha Verde e
a Independente. “As torcidas usam outros nomes, mas temos controle total dos
integrantes.”
Corinthians só empata e está fora da Mercosul
Embora tenha conseguido, finalmente, alcançar seu primeiro ponto na Copa Mercosul, o Corinthians está matematicamente eliminado da competição. A equipe brasileira apenas empatou na noite desta quarta-feira com o Nacional, do Uruguai, por 1 a 1, e mesmo que vença suas duas próximas partidas somará pontos insuficientes para ultrapassar o Boca Juniors, líder com dez, e o Nacional, com oito. Esta foi a segunda eliminação do Corinthians em primeiras fases da Copa Mercosul, nos três anos de existência do torneio. A melhor campanha do Corinthians na história da Mercosul foi no ano passado, quando a equipe, então dirigida por Oswaldo de Oliveira, foi às quartas-de-final, sendo eliminada pelo San Lorenzo. Nacional e Corinthians alternaram bons e maus momentos. O time paulista abriu o placar aos 19 minutos do segundo tempo com um gol de Fernando Baiano, mas, aos 26, o time uruguaio igualou a contagem, com Scotti.